História de Capelinha
A decadência da mineração em Minas Gerais, ao final do século XVIII, foi um dos fatores que desencadearam a expansão do povoamento do território mineiro. Assim, no limiar do século XIX, muitos eram os que vendiam parte de seus escravos na região de Minas Novas para se internarem pelas matas nas adjacências de Alto dos Bois e vales dos rios Doce e Mucuri, com o objetivo de aí se estabelecerem com fazendas de criação de gado e lavouras em geral.
Em 1801, Manuel Luiz Pego se instalou nas proximidades de um córrego localizado no atual município de Capelinha e que hoje tem o seu nome. As terras que pretendia ocupar, em uma grande extensão, faziam limites com outras terras ocupadas pelos temíveis índios Botocudos, amplamente espalhados pelo vale do rio Doce. Em 1808, estando no Brasil, D. João VI (rei de Portugal) instituiu uma lei declaratória de guerra ofensiva contra a nação dos índios Botocudos, com a finalidade de exterminá-los e explorar as riquezas existentes em suas terras. Para tanto o rei criou Divisões Militares em todo o vale do rio Doce e perseguiu cruelmente as tribos. Acuados, os índios debandaram-se em direção principalmente do Mucuri e Jequitinhonha. Nessa sua fuga, por onde passavam vingavam-se dos colonos, ora tirando-lhes a vida e a de seus familiares, ora incendiando roças e pastos. Manuel Luiz Pego, ao tomar conhecimento dessa debandada dos índios, retirou-se da fazenda há pouco estabelecida e, juntamente com os familiares e amigos, instalou-se às margens do córrego Areão, exatamente onde se encontra hoje a cidade de Capelinha.
Após a morte de Manuel Luiz, provavelmente em 1812, seu filho Feliciano Luiz
Pego recebeu por herança a fazenda do córrego Areão. Nesse mesmo ano, mandou
construir uma humilde capela dedicada a Nossa Senhora da Graça. As pessoas da
região começaram então a denominar a fazenda de Capelinha de Nossa Senhora da
Graça ou Senhora da Graça da Capelinha. Muitos moradores foram se mudando para
as proximidades, fazendo nascer o arraial, que se desmembrou de Minas Novas,
pela Lei n.º 566, de 30 de agosto de 1911. A instalação do município, porém, só
se deu a 24 de fevereiro de 1913, daí ser esta a data máxima que se comemora em
Capelinha. Não havia nessa ocasião o regime de Prefeituras, só instituído em
1930 por Getúlio Vargas, e os municípios eram administrados por um Agente
Executivo Municipal. O primeiro Agente Executivo foi o senhor Antônio Pimenta
de Figueiredo. O primeiro Prefeito Municipal, nomeado após a Revolução de 1930,
foi o senhor Jacinto José Ribeiro.
O município de Capelinha localiza-se na região nordeste de Minas, no
Vale do Jequitinhonha, tendo como base econômica a agricultura e o comércio.
Seu principal produto de exportação é o café. Capelinha polariza uma microrregião
constituída dos municípios de Minas Novas, Leme do Prado, Berilo, Chapada do
Norte, Francisco Badaró, Turmalina, Veredinha, Itamarandiba, Carbonita,
Aricanduva, Água Boa, e Angelândia. É sede da 37.ª Delegacia Regional de
Segurança Pública, de residência do DER e Escritório Regional da EMATER.
Fontes: wikipedia.org/wiki/Capelinha e José Carlos Machado,
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